Covid-19 x Crianças

 

Por Dra. Fernanda Bombarda – CRM: 95033
 Pneumologia Infantil

Muitas pessoas têm dúvidas sobre o Covid-19 e suas complicações, especialmente para o sistema imunológico. E diante deste novo cenário, com uma doença ainda sem cura e sem vacina, diversos estudos estão sendo realizados para identificar e, também, minimizar o estrago causado por este vírus que já matou milhares de pessoas pelo mundo. No texto de hoje vamos esclarecer algumas dúvidas recorrentes e explicar as melhores medidas para ficar longe do risco de contágio. Abaixo está elencado algumas dúvidas com relação ao Covid-19 e suas respostas.

Origem do nome Covid-19:
O nome científico da doença é SARS-CoV-2 (sigla do inglês, Severe Acute Respiratory Syndrome - Coronavirus e recebeu a denominação de COVID-19 (do inglês, Coronavirus Disease 19).

O Covid-19 é menos agressivo em crianças?
Sim. Estudos científicos revelam que as crianças podem ser contaminadas e serem assintomáticas, ou seja, transmitem a doença e não desenvolvem os sintomas. Ainda, devido ao perfil leve da doença para esta faixa etária, temos poucos relatos de complicações e hospitalizações e raríssimos casos com desfechos fatais. Segundo os estudos, não há definição exata sobre a resposta inflamatória do organismo, além da patologia do vírus sobre a lesão pulmonar. O diagnóstico pode ser clínico e por epidemiologia. É importante ressaltar sobre os cuidados com outras doenças virais e respiratórias como síndromes gripais, asma, rinite e sinusite que precisam de acompanhamento médico contínuo, cujo podem ser agendado na clínica, sendo o local de maior segurança neste momento da pandemia.

Como se dá o contágio em crianças?
Em sua grande maioria dos casos, percebeu-se que o contágio ocorreu por meio de familiares contaminados e em trânsito, ou seja, que estiveram fora de casa e trouxeram o vírus. Nas crianças, percebeu-se que a doença pode ficar incubada entre 5 a 7 dias, sendo assintomáticas em 99% dos casos, sem sintomas ou apresentando quadros leves à moderados como de síndromes gripais com febre, tosse, coriza, vômito, diarreia, aumento de frequência respiratória, chiado, congestão nasal, dor de garganta e até pneumonia.

Suplementação de vitamina D ajuda a evitar o contágio do Covid-19?
Não. A suplementação de vitamina D, sem prescrição médica, não melhora o sistema imunológico e, também, não protege do contágio e complicações do Coronavírus. A superdosagem ou intoxicação desta vitamina pode causar sintomas graves como, por exemplo, náusea, vômito, poliúria (urinar em excesso), fadiga, constipação, desidratação, nefrolitíase (pedras renais) e confusão mental.
A principal fonte de fornecimento de vitamina D é o Sol e com o isolamento social muitos não conseguem mais ficar expostas à ele. Porém, em pessoas normais, com saúde estável, os depósitos corporais de vitamina D são satisfatórios para manter os níveis mesmo com limitação à luz solar.

É possível desenvolver dermatites pelo contágio do Covid-19 em crianças?
Não existem estudos científicos que comprovem alteração cutânea e ou diagnóstico de infecção dermatóide pelo Covid-19, até o momento. No entanto, observa-se que algumas doenças dermatológicas apresentam piora dos sintomas cutâneos em pessoas contaminadas pelo Covid-19 e podem ter relação com estresse emocional.  Ainda, muitas infecções virais associadas podem desenvolver algum tipo de lesão de derme, seja pela doença ou pelo período de hospitalização e higiene aplicada. Vale ressaltar que pacientes com doenças crônicas como dermatite atópica (DA), que pode ser associada a doenças respiratórias, precisam receber orientações e ter acompanhamento médico – presencial ou remoto.

O contágio de Covid-19 pode ocorrer através dos olhos e causar conjuntivite?
Estudos sugerem que a contaminação pelos olhos ainda não está provada cientificamente, mas o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) recomenda o uso de máscaras cirúrgicas com óculos ou protetores faciais (face shield), que garantem maior proteção de contato contra o vírus. Ainda, observou-se que infectados apresentaram conjuntivite folicular leve, parecida com infecção adenoviral, igualmente de outras causas e pode ser transmitida, também, pelo contato com a conjuntiva e lágrima. A comunidade oftalmológica concorda que pacientes com conjuntivite, que apresentaram sintomas respiratórios e febre, são potenciais portadores de Covid-19. Ainda, recomendam a constante higiene das mãos, braços e rosto, com água e sabão, além do uso de máscaras e proteção ocular (óculos ou protetor facial), especialmente para quem lida com público ou área de saúde.

Quando as crianças podem voltar às aulas?
Sabe-se que o contágio ocorre por meio de contato direto com gotículas respiratórias (fala, tosse e espirros) de infectados e com o toque na face (olhos, nariz e boca), assim como em superfícies contaminadas. As crianças dificilmente vão respeitar as regras de distanciamento, o não compartilhamento de brinquedos e alimentos. Por tal, o distanciamento social é, ainda, a melhor ferramenta de combate ao contágio do Covid-19, especialmente para os casos assintomáticas (transmitem mesmo sem sintomas). E a volta às aulas deve ocorrer de maneira gradual, respeitando o distanciamento social, sendo uma ação de estratégia restritiva de cada município. O Ministério da Saúde do Brasil incluiu, recentemente, as crianças com idade inferior entre dois e cinco anos com síndrome gripal nos grupos de riscos, pois elas expressam significativa taxa de hospitalização pelo potencial risco da infecção pelo vírus influenza.

Como proteger as crianças do contágio de Covid-19?
Primeiramente é necessário mantê-las nas regras de distanciamento social, garantindo a saúde de todos, incluindo longe da contaminação por outras síndromes gripais como influenza. Ainda, é importante salientar sobre os cuidados contínuos de higiene das mãos, punhos e antebraço com água e sabão, uso do álcool quando não for possível lavar, usar máscaras quando tiver que sair à rua por necessidade e conversar com a médica de rotina antes de sair correndo para um pronto socorro infantil, local de potencial chances de contágio. No caso de sinais que indicam a possibilidade de Covid-19 ou outras síndromes gripais, fale com o médico assim que possível, porém, se a criança apresentar sinais de insuficiência respiratória, febre alta e outros sintomas graves, procure a emergência.

Dra. Fernanda Bombarda – CRM: 95033
 Pneumologia Infantil
Consultório: Av. Nova Cantareira, 291, sala 84 – 8ª andar – Tucuruvi – SP
11-2631-6679 - drafernandabombardapneumo@gmail.com

Contribuição Textual: Jornalista Carina Gonçalves - MTB 48326

11-4113-6820 / 11-98092-6021 - carinacgoncalves@gmail.com