SESC Leva Música Erudita a Igrejas do Centro de São Paulo

Próxima apresentação é terça, dia 17 de julho, na Paróquia São Francisco de Assis

A música sempre esteve presente na história das igrejas. Foi tratada como elemento de apoio artístico nas catedrais na era medieval; ganhou o termo “gregoriano” devido à influência do papa Gregório I no universo litúrgico e transformou-se um sinônimo de referência estética do cancioneiro durante a realização dos cultos divinos.

Inspirado nessas influências históricas, o SESC Carmo criou o projeto “Sons das Igrejas do Centro”, que tem como proposta democratizar o acesso à música erudita e levar o paulistano a conhecer as igrejas históricas – muitas delas com as construções tombadas.

Desde março, mês em que começou a programação, já foram realizadas apresentações na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, Capela de Santa Luzia, Igreja Santo Antônio do Pari e Igreja de Santo Antônio. 

As próximas exibições de julho ocorrem nas terças, dia 17, às 13h, com o Duo Jordi Quelart e Karin Uzun, na Paróquia São Francisco de Assis e dia 31, com o Trio Canzona, na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, às 12h. 

Em agosto, as apresentações são dedicadas à flauta-doce, da Idade Média à música contemporânea. No dia 14, com o Il Dolce Ballo, também na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, às 12h, e  no dia 28, com o Novo Ovo Novo, na Igreja São Gonçalo, às 12h.  

Cada uma dessas igrejas possui características e curiosidades próprias. A Igreja da Boa Morte, por exemplo, foi construída em 1810. Nela, os condenados à morte costumavam rezar pela última vez, na época em que ainda havia enforcamentos na província de São Paulo.

Já a Capela de Santa Luzia teve a sua construção iniciada no final do século retrasado e concluída em 1901, por iniciativa de Anna Maria de Almeida Lorena Matchaedo, na chácara de sua propriedade. Na sua arquitetura distinguem-se elementos do estilo gótico, como os arcos ogivais, a centralidade e a verticalidade de sua elevação principal, estas últimas enfatizadas pela torre em seu eixo de simetria.

A Igreja de Santo Antônio é considerada a mais antiga dentre as remanescentes da cidade – embora não haja precisão sobre sua data de fundação. A mais antiga referência ao templo está no testamento de Afonso Sardinha, de novembro de 1592, em que o bandeirante lega a quantia de dois cruzados para a "ermida de Santo Antonio", o que leva a supor que sua construção é anterior a esse período.  

A Igreja Santo Antônio do Pari foi fundada no dia 2 de fevereiro de 1914, por dom Duarte Leopoldo e Silva, e seu primeiro pároco foi o português Frei José Rolim.
Proprietário de terrenos no bairro, Arthut Vautier, vendo o esforço e o trabalho de Rolim, doou um terreno para a construção de uma igreja. A matriz de Santo Antônio do Pari começou a ser construída em agosto de 1922 e foi entregue à população em 13 de junho de 1924.

Em 1757, uma Ermida foi erguida no local onde hoje é a Igreja São Gonçalo. A construção, dedicada à Imaculada Conceição e a São Gonçalo, ruiu com o tempo. Em seu lugar, em 1840, foi construída a atual igreja, com a fundação da Irmandade Nossa Senhora e São Gonçalo. Em 1893, o prédio foi entregue aos Jesuítas, que trabalharam promovendo as Congregações Marianas e a Catequese dos Japoneses. São Gonçalo é um santo frequentemente associado a instrumentos de cordas dedilhadas, tanto que em muitas de suas imagens ele é representado segurando uma viola portuguesa.

A Paróquia São Francisco de Assis foi inaugurada em 17 de setembro de 1647, como Convento de São Francisco e de São Domingos, seu primeiro nome de batismo, durante as festas das Chagas de São Francisco.

Na época, era o maior já construído em São Paulo. Ocupava todo o espaço que atualmente é da Faculdade de Direito. O terreno do Convento tinha três fontes de água pura, mas sofria com as enchentes do ribeirão Anhangabaú.

No final do século 19 um incêndio destruiu parte do Convento e a Capela-Mor com a consequente reforma. Em 1941 foi construído, nos fundos, um prédio de seis andares, o qual se torna a sede do Provincialado até janeiro de 2004.

Em 1997, Dom Paulo Evaristo Arns decretou a Paróquia e Convento São Francisco também como Santuário de São Francisco.

As apresentações são marcadas por repertórios de muito bom gosto, que contemplam obras de artistas consagrados como Bach, Liszt, Mozart, Haendel, Beethoven, Pixinguinha, Carlos Gomes e Villa-Lobos. 

As apresentações são gratuitas. Mais informações pelo telefone 3111-7000 ou pelo portal www.sescsp.org.br

Serviço:
“Sons das Igrejas do Centro” 
Realização: SESC Carmo 
Quanto: Grátis
Fone: 3111-7000