DOENÇAS ESCOLARES 

O contato entre as crianças favorece a proliferação de doenças infantis

                                                                   
Você já ouviu falar sobre doenças escolares? Sim, esse termo é muito conhecido entre pais, mães e profissionais de saúde porque está relacionado às doenças comuns da infância, sobretudo durante o convívio no ambiente escolar. E é muito comum, especialmente, para crianças que vão pela primeira vez para a creche ou escolinha, assim como para àquelas que apresentam pré-disposição ou baixa imunidade. Ainda, uma criança saudável pode apresentar cerca de 8 a 10 episódios de infecções virais ao longo do ano por contato direto com os agentes causadores ou por epidemias sazonais, por exemplo.

Na infância, o sistema imunológico ainda está em fase de “amadurecimento” e pode ser mais frágil para alguns grupos e para outros não. Tanto é que dentro de uma mesma família, às vezes, uma só criança apresenta algum quadro viral e os irmãos não. Trata-se de questões particulares e sobre os cuidados adotados para cada indivíduo. Sendo assim, podemos exemplificar que as doenças são oportunistas, adentrando o corpo humano quando existem chances para isso.

Situações de risco:
Como dito anteriormente, as crianças tendem a ser mais frágeis por sua condição natural. Somando isso a falta de hábito de lavar as mãos com frequência, compartilhamento de objetos, abraços e apertos de mãos, entre outras situações de risco, as chances de trocar bactérias e germes são maiores. O que ocasiona recorrentes infecções, algumas com evolução crônica e necessidade de internação para assistência hospitalar.

Vacinação:
As vacinas são grandes aliadas para combater determinadas doenças e, em sua grande maioria, estão disponíveis na rede pública de saúde. Além de proteger contra enfermidades, evita epidemias e, caso a pessoa seja contaminada, os sintomas serão mais leves e com menor potencial de sequelas. Porém, vivenciamos, hoje, situações de negligência quanto a importância das vacinas, pois há um movimento espalhado pelo mundo ao qual julga ser benéfico não vacinar as crianças. No Brasil, o não cumprimento do calendário vacinal pode ser configurado como crime e é obrigatório desde a década de 70, de acordo com o Plano Nacional de Imunização (PIN).


Cuidados:
Muitos pais chegam aos consultórios médicos com a indagação se devem ou não encaminhar seus filhos para a escola antes dos dois anos e ou quando apresentaram algum quadro infeccioso. Como recomendação, sempre é necessário a avaliação presencial do médico para verificar as condições gerais da criança e, assim, garantir a sua segurança e à dos coleguinhas quanto à transmissão de doenças e viroses. Para manter a saúde equilibrada, é importante a ingestão de muita água, sobretudo nos dias mais quentes, alimentação balanceada – frutas, legumes, proteínas e derivados do leite, além de evitar industrializados. A exposição solar também deve ser moderada, da mesma maneira em que se deve evitar o contato com pessoas fumantes, poluição, poeira e gatilhos para doenças alérgicas ou virais. Entre todas as recomendações para as crianças, a mais importante é sempre lavar as mãos, pois diminuímos consideravelmente a transmissão de muitas doenças.

Conheça as principais doenças da infância / fase escolar:

Caxumba – é causada pelo vírus da família Paramyxovirus, sendo mais comum no inverno e início da primavera, mas, pode ocorrer durante o ano todo e para diferentes faixas etárias. É caracterizada pela inflamação das glândulas parótidas, submaxilares e sublinguais – todas localizadas entre a área do pescoço e maxilar, e possui sintomas como, por exemplo, dores musculares, calafrios, febre e fraqueza, dificuldade em mastigar ou engolir, com inchaço na região do pescoço. É transmitida de pessoa para pessoa. 

Catapora ou Varicela – é oriunda do vírus Herpesvirus Varicellae, é comum na infância e apresenta sintomas como febre, dores de cabeça, cansaço, falta de apetite e aparecimento de bolhas avermelhadas e ou feridas na pele, com maior proporção no rosto e tronco. É transmitida de pessoa para pessoa.


Sarampo – é transmitido pelo vírus Measles Morbillivirus e apresenta sintomas como falta de apetite e disposição, conjuntivite e exantemas (erupções cutâneas avermelhadas na pele). Tem início atrás da orelha, alastrando-se pelo rosto, pescoço, membro superiores, troncos e membros inferiores. É potencialmente grave, chegando a contaminar 9 entre 10 pessoas não vacinadas. É transmitida de pessoa para pessoa.

Rubéola – com transmissão pelo Rubella Vírus, a contaminação ocorre através da tosse ou espirro ou, ainda, de mãe para filho ainda na gestação. Possui sintomas como erupções vermelhas na pele, febre, dores musculares e mal-estar constante. É transmitida de pessoa para pessoa.

Conjuntivite viral – de fácil contágio, pode ser ocasionada a partir de agentes tóxicos, alergias, bactérias ou vírus. Possui sintomas de olhos vermelhos, irritação e lacrimejamento nos olhos, além de coceira. É transmitida de pessoa para pessoa.

Meningite – existem diversas tipologias, dentre as principais na infância estão: Streptococcus pneumoniae (pneumococo), mais comum e pode provocar infecções de ouvido e pneumonia. Existe vacina para combatê-la. Haemophilus influenzae – acomete principalmente as crianças e está controlada no Brasil por meio da vacina, que protege e imuniza contra a transmissão a partir de infecções no trato respiratório. Meningite fúngica – pode elevar ao estado agudo da doença e apresenta sintomas semelhantes aos da meningite bacteriana. Atualmente é menos comum e não é transmitida de pessoa para pessoa.

Gripe – é uma infecção provocada pelo vírus da família influenza, que sofre mutações anualmente e a vacinação é importante para combatê-la. Os sintomas são parecidos com o de outras doenças e apresenta episódios de febre, de espirros, tosse, coriza e mal-estar, dores de garganta, congestão nasal e procrastinação (vontade de não fazer nada). É transmitida de pessoa para pessoa.


Resfriado – são as infecções provocadas por múltiplos vírus como Adenovírus, Rinovírus e Parainfluenza. Não provoca febre e possui sintomas parecidos com outras doenças, como mal estar, falta de apetite e congestão nasal. O diagnóstico acontece por meio de análise clínica e laboratorial quando necessário. É transmitida de pessoa para pessoa.

Escarlatina – é comum em crianças na idade escolar e derivada da bactéria Estreptococo Beta Hemolítico do grupo A. Os sintomas são dores no corpo, garganta, barriga, cabeça, erupção cutânea, mal-estar, náuseas e vômitos. É transmitida de pessoa para pessoa.

Viroses – podem ser caracterizadas como oportunistas e provocadas por vírus de diferentes origens e que causam vomito, diarreia, dores nas articulações, mal estar, dores abdominais, dor de cabeça, febre, entre outros males. Tem duração entre 3 a 7 dias e para diminuir os sintomas, é indicado hidratação e repouso para minimizar os sintomas e incômodos. É transmitida de pessoa para pessoa.


Dra. Gabriela Barboza Cunha

 Pneumologia Infantil e Pediatria Geral – CRM SP 91435
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Fonte: assessoria de imprensa