Nem todo tumor é câncer
oncologista explica sobre tumor no
coração descoberto por atleta
Adolfo Scherr, oncologista do Grupo SOnHe
Hoje fomos surpreendidos com a notícia que a jogadora de vôlei Bruna Honório, campeã da Superliga Feminina de Vôlei temporada 2018/2019 pelo Minas Clube e que estava treinando com a seleção brasileira foi diagnosticada com um tumor no coração e teve que deixar a concentração do time em Saquarema – RJ para se tratar. Quem gosta de esporte ficou desapontado, já que a jogadora que atua como aposta está talvez na melhor fase de sua carreira, o que lhe rendeu uma convocação para a seleção brasileira.
O tumor foi descoberto por acaso enquanto a jogadora fazia exames de rotina na concentração brasileira. Dispensada dos treinos, a atleta fará novos exames na próxima semana para confirmar o diagnóstico e se submeter ao tratamento que deverá ser cirúrgico.
O diagnóstico preliminar é de um tumor benigno chamado mixoma cardíaco que está localizado no átrio esquerdo, uma das quatro câmaras que formam o coração. Apesar de ser o tumor mais frequente do coração e acometer mais mulheres jovens na faixa etária entre 30 e 50 anos, é relativamente raro. Quando estão na fase inicial (pequenos) geralmente não dão sintomas. Quando mais avançados podem predispor à arritmia cardíaca e formação de êmbolos que podem ser eventos graves. A cirurgia é o tratamento curativo uma vez que o tumor é benigno.
Toda vez que temos a notícia que alguém foi diagnosticado com um tumor, logo pensamos que a pessoa terá que se submeter a grandes cirurgias e a tratamentos considerados agressivos por muitos como quimioterapia ou radioterapia. Porém nem todo tumor é maligno, ou seja, câncer. Tumor se refere a um crescimento celular anormal em qualquer parte do corpo. Basicamente, a diferença entre benigno e maligno é definida pela aparência e estrutura das células que formam o tumor. Os benignos são constituídos por células bem semelhantes às que os originaram e não possuem a capacidade de se espalhar para outros órgãos. Já os malignos são agressivos e possuem a capacidade de infiltrar outros tecidos do organismo geralmente por via sanguínea ou linfática (provocar metástases). Tumores benignos têm células que crescem lentamente e semelhante às do tecido normal. Na maioria dos casos pode ser totalmente removidos (e o paciente curado) por meio de cirurgia sem a necessidade de outros tratamentos. Já nos malignos, as células multiplicam-se rapidamente e têm a capacidade de “invadir” estruturas próximas ao local de origem. A cura neste tipo de tumor depende do diagnóstico precoce e do tratamento adotado que muitas vezes é multimodal (cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia).
Tumores benignos são muito mais frequentes que os malignos. Como exemplo podemos citar os pólipos intestinais, miomas uterinos, lipomas, fibromas de mama. Em alguns casos uma neoplasia benigna pode se transformar em maligna ao longo dos anos, por isso é importante uma avaliação médica sempre que se tem o diagnóstico clínico ou patológico de um tumor. Neste caso, o ideal não é procurar respostas em buscas rápidas na internet como o “Dr Google”. Informações desencontradas ou mal interpretadas por quem está buscando podem causar sofrimento e angústias desnecessárias ou mesmo o contrário, a pessoa pode estar diante de um caso mais grave e achar que não se trata de nada importante, postergando a visita a um profissional qualificado para o caso. Na dúvida, sempre converse com seu médico de confiança. Desejamos muita saúde e uma rápida recuperação para a atleta Bruna e que em breve ela possa estar de volta às quadras defendendo as cores do Brasil.
*Adolfo Scherr é graduado em medicina pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM). Fez residência em Clínica Médica pelo Conjunto Hospitalar do Mandaqui-SP. Possui residência em Oncologia Clínica pela Unicamp e Mestrado em Clínica Médica pela FCM-Unicamp. É membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) com título de Especialista em Cancerologia Clínica pela Associação Médica Brasileira – AMB/SBOC
Sobre o Grupo SOnHe
O Grupo SOnHe - Sasse Oncologia e Hematologia, é formado por oncologistas e hematologista que fazem o atendimento oncológico humanizado e multidisciplinar no Hospital Vera Cruz, Hospital Santa Tereza e Instituto do Radium, três importantes centros de tratamento de câncer em Campinas. A equipe oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado pelos oncologistas: André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinicius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Adolfo Scherr, Rafael Luís, Fernanda Proa Ferreira e Susana Ramalho.
Fonte: assessoria de imprensa