Raiva não é vilã: psicólogo alerta para os riscos de ignorar essa emoção

Rafael Pierini alerta para os impactos silenciosos da raiva no trabalho, nas relações e na saúde mental, e propõe um novo olhar sobre essa emoção essencial


Embora seja uma emoção natural e humana, a raiva tem se tornado um dos sentimentos mais mal compreendidos da vida em sociedade, e seus impactos vão muito além de explosões momentâneas. Para o psicólogo Rafael Pierini, ignorar ou mal lidar com a raiva tem custado caro: emocionalmente, profissionalmente e socialmente. 

A raiva, por si só, não é um problema. O problema é quando ela não encontra espaço para ser reconhecida, compreendida e expressada de forma saudável”, explica o especialista.

Segundo Pierini, muitas pessoas tentam suprimir ou mascarar a raiva para evitar conflitos, principalmente no ambiente de trabalho. No entanto, essa contenção contínua gera consequências invisíveis, como estresse crônico, queda de produtividade, afastamentos por questões emocionais e até explosões desproporcionais. “Ambientes tóxicos são grandes acumuladores de raiva silenciosa. Isso corrói relações, bloqueia a comunicação e cria um clima de tensão constante”, afirma.

Fora do ambiente profissional, os efeitos também são sentidos nas ruas e nas relações sociais. Para Pierini, parte do aumento da violência urbana, da intolerância e dos conflitos cotidianos está relacionada a uma raiva coletiva mal elaborada. “Existe um acúmulo emocional que a sociedade tem ignorado. Frustrações não elaboradas, desigualdades, falta de escuta, tudo isso alimenta uma raiva que, mais cedo ou mais tarde, explode. E a gente costuma lidar apenas com o sintoma, não com a causa”, alerta.

O psicólogo defende que reconhecer a raiva como uma emoção legítima e aprender a lidar com ela de maneira mais consciente é um passo essencial para melhorar a saúde mental coletiva e reduzir conflitos em diferentes esferas da vida. “Muitas vezes, a raiva é um pedido de mudança. Quando escutada com atenção e acolhida com maturidade, ela pode abrir caminhos para relações mais honestas, ambientes mais humanos e decisões mais justas”, conclui.


Sobre Rafael Pierini

Em São José do Rio Preto, atuou diretamente no atendimento a crianças e adolescentes com dificuldades escolares e transtornos de aprendizagem. Há mais de 13 anos, além desse trabalho, mantém consultório clínico, com foco em psicoterapia e Terapia Cognitivo-Comportamental para insônia. Também ministra aulas e palestras sobre temas como neurodesenvolvimento, sono, Terapia Cognitivo-Comportamental, atuação em equipes interdisciplinares, saúde mental e educação.

Fonte: assessoria de imprensa