Quando pensar demais vira um problema: Novo estudo explica o conceito de “interferência intelectual”
Conceito publicado pelo Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu
Agrela, ajuda a entender por que pessoas superdotadas podem ter dificuldades na
comunicação

Isso pode parecer só uma metáfora
para uma conversa difícil, mas, na verdade, existe um nome científico para esse
fenômeno quando ele acontece com pessoas superdotadas: Interferência
intelectual.
O conceito, publicado recentemente no estudo “O que é interferência intelectual, discrepância cognitiva?” na Atena Editora, pelo pós-PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, ajuda a desvendar um dos desafios mais invisíveis e muitas vezes solitários de quem tem altas habilidades cognitivas: a dificuldade em ser compreendido.
Quando o cérebro vai mais rápido que a conversa
A interferência intelectual
acontece quando uma pessoa superdotada, acostumada a processar ideias
complexas, enfrenta dificuldades para transmitir essas ideias a quem não
compartilha do mesmo nível de abstração cognitiva.
“O cérebro dessas pessoas trabalha em múltiplas camadas de raciocínio,
com conexões rápidas e profundas. Mas, ao tentar transformar tudo isso em
linguagem simples, parte da riqueza do pensamento se perde”.
“Imagine tentar resumir um filme inteiro com todos os detalhes, enredos paralelos e mensagens escondidas em uma legenda curta, é mais ou menos assim que essas pessoas se sentem”, explica o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
Muitas vezes, quem convive com pessoas superdotadas pode sentir que elas são desconectadas da realidade, mas, na verdade, isso não é um problema de comunicação intencional.
“Essa interferência não tem a ver com soberba, tem a ver com o próprio funcionamento do cérebro, que opera em níveis muito mais abstratos. Traduzir isso para uma linguagem mais acessível gera desgaste, frustração e até isolamento social”, esclarece.
Discrepância cognitiva não é a mesma coisa
O estudo também explica que a
interferência intelectual é diferente de discrepância cognitiva, enquanto a
segunda se refere ao descompasso entre o desenvolvimento intelectual e as
habilidades emocionais ou sociais (como é comum em pessoas superdotadas), a
interferência intelectual é um problema que surge especificamente na
comunicação.
Por que isso interessa a todos nós?
Você não precisa ser superdotado
para viver uma versão mais leve desse fenômeno, a dificuldade de alinhar
comunicação com pessoas de repertórios diferentes está presente em empresas,
relacionamentos, redes sociais e até no convívio familiar.
O que esse estudo revela é que, entender essas diferenças cognitivas, não só ajuda quem vive esse desafio, mas também promove empatia, inclusão e melhora a qualidade da comunicação em qualquer ambiente.
“Quando eliminamos do debate as vozes que pensam diferente, ou mais complexo, perdemos criatividade, inovação e capacidade de resolver problemas. A sociedade precisa entender que pensar diferente é uma riqueza, não um problema”, conclui Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
Fonte: assessoria de imprensa