Garganta arranhando, nariz entupido e tosse?!


Saiba o que fazer


O outono começou no dia 20 de março, oficialmente, e já chegou daquele jeito em algumas cidades do país, com dias frios e ar seco, excelentes para a proliferação de vírus e bactérias. Nesta época do ano, é comum as crianças apresentarem repentinamente sintomas de várias doenças e os pais correrem para os prontos socorros infantis (PSI) em busca de alento. No entanto, essa conduta pode agravar ainda mais o quadro infeccioso ou bacteriano das crianças, pois nos hospitais existe a chance de contrair outras doenças além da qual a criança tinha.

Agora você deve estar se perguntando o que fazer quando seus filhos apresentam a garganta “arranhando”, o nariz entupido e com tosse. Calma! Este é o primeiro conselho. Não se deixe levar pela emoção super protetora e avalie as condições gerais da criança. Se não estiver com febre alta, sintomas graves como desidratação, alteração cardíaca e falta de ar, por exemplo, tente falar com o médico de costume. Para as crianças que já possuem histórico de doenças respiratórias, fale com a pneumologista para melhores recomendações. Abaixo listei outras dicas:

GARGANTA ARRANHANDO:

Basta o clima mudar um pouco e pronto, a garganta já começa a apresentar sintomas de que não vai ficar bem. A boca fica seca, a garganta parece arranhar e o engolir da saliva passa a ser um incomodo. No entanto, nem toda dor de garganta pode ter cunho infeccioso e venha acompanhada de febre, por exemplo. Quem já possui diagnóstico de rinite e ou congestão nasal respira pela boca levando o ar ao pulmão sem os devidos filtros que a passagem pelo nariz proporciona, incluindo o aquecimento do ar para chegar aos pulmões e, com isso, provoca ressecamento e agride a região, nos presenteando com a famosa faringite. A exposição ao ar condicionado agrava ainda mais estes quadros, mesmo quando passam por manutenções constantes, exatamente porque deixam o ar sem umidade. Já nos quadros infecciosos, existem agentes externos e “mal-intencionados” atuando na região que variam entre vírus e bactérias. Os vírus se manifestam por até três ou quatro dias e não impedem a criança de ter vida ativa e, com a administração de medicamentos adequados, logo os sintomas vão embora. Já nos quadros bacterianos, estes, por sua vez, vem acompanhados de secreção, dor (moderada a intensa), febre e mal-estar provocando prostração e falta de apetite nos pequenos. O uso de antibióticos se fazem necessário, mas é importante a avaliação presencial do médico especialista, assim como a realização de exames laboratoriais para identificar o tipo de bactéria acometida. Nunca automedique as crianças para não as colocar em risco e alimentar superbactérias no organismo.

NARIZ ENTUPIDO GARGANTA ARRANHANDO:

Um dos sintomas clássicos e presentes em quase toda a temporada de outono e inverno é o nariz entupido. A criança tende a ter dificuldade de respirar, sobretudo à noite, quando tudo parece piorar. Isso acontece devido as variações climáticas, assim como a falta de humidade no ar que promove a proliferação de fungos e bactérias, fazendo com que o organismo reaja e o nariz entupido é uma delas. Entre as principais doencinhas desta época estão a rinite e sinusite, ambas com a possibilidade de nariz entupido, secreção clara e escura, além de coceira nasal. Minha dica: lave o nariz com somente soro fisiológico para higienizar e manter as bactérias “longe”, dentro do possível, além de proporcionar conforto para a criança. Não use descongestionantes nasais sem a recomendação do pediatra e médico especialista, é perigoso! Quando não acompanhado de febre, o nariz entupido pode ser passageiro e durar apenas algumas horas ou poucos dias.

TOSSE: 

Assim como a febre e o nariz entupido, a tosse é uma manifestação do corpo em prol de “protegê-lo” contra possíveis invasores. No entanto, quando apresentada com secreção (que varia entre cristalina e verde escura), vale ligar para o especialista a fim de orientações. Preste atenção no que vou dizer agora: não se deixe levar pelas propagandas de remédios e pelos atendentes de farmácia comprando xaropes e alergênicos sem diagnóstico correto do médico. Agindo assim, você pode colocar a saúde e vida das suas crianças em risco! Seu filho pode ter alergia de algum componente da fórmula ou, ainda, a combinação de um xarope com outro medicamento pode causar reações adversas. Existe também a possibilidade de alimentar uma superbactéria, criando resistência para o efeito benéfico de antibióticos, quando preciso. Fiquem atentos!


FEBRE:

            Você sabe identificar quando a criança está com febre? Vamos lá, vou explicar direitinho.
Conhecida também como pirexia, a febre é considerada a partir da elevação de temperatura no corpo humano para além de 36 a 37,5º. Quando chega está acima de 37,7º, por exemplo, chamamos de estado febril. Acima de 38º, passamos a considerar a possibilidade de alguma infecção ou inflamação e vale ligar de imediato para o pediatra e pneumologista (no caso de crianças com histórico de doenças respiratórias). No entanto, diferente do dito popular, febre não é doença e não existe a necessidade de sair correndo para o Pronto Atendimento Infantil (PSI), trata-se de uma defesa do organismo contra agentes infecciosos que estão tentando nos afetar. Não se desespere! Quando a temperatura estiver muito elevada, aos 39,6º à 41º, merece atenção, ligações imediatas para os médicos e, também, a ida de emergência ao pronto atendimento. O mesmo vale para a temperatura corporal baixa – entre 35º ou menos disso. Para este caso, consideramos hipotermia e é importante agasalhar a criança para mantê-la segura e saudável, além de falar com o pediatra ou médico especialista o quanto antes para indicar os motivos da queda de temperatura e receber recomendações importantes. Não conseguindo falar, vá para o pronto atendimento, garantindo “quentura” corporal no trajeto.

Conheça as variações:
·         35º ou menos: hipotermia;
·         36 a 37,5: normal
·         37,7: estado febril
·         37,8 a 39,5: febre
·         39,6 a 41: febre alta
·         41,2 ou mais: hipertermia


CONSIDERAÇÕES FINAIS: 

No mais, ofereça muito liquido (água, água de coco e sucos naturais) para as crianças, mesmo nos dias mais frios. O corpo hidratado não fica doente com facilidade e, ainda é “limpo” com a ingestão de água. Evite locais fechados e aglomerados, mantenha as janelas de casa aberta para arejar e renovar o ar, assim como, evite objetos e acessórios que acumulem pó dentro de casa, sobretudo nos locais comuns ao convívio das crianças. Ao sair, manda-los para a escola, prepare as mochilas com trocas de roupas que atendam dias mais quentes e amenos, pois a variação de temperatura ocorre em questão de minutos e horas. A inalação só com soro fisiológico é ótima para limpar as vias nasais e manter a respiração mais confortável, livre de secreção. Procure o médico e especialista pneumologista para melhores orientações!


Texto: dra. Fernanda Bombarda – CRM: 95033 – Pneumologia Infantil
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Contribuição Textual: Jornalista Carina Gonçalves - MTB 48326
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