7 principais dúvidas que surgem na
primeira consulta ao aginecologista
Especialista fala sobre menstruação, DSTs, sexo, métodos contraceptivos
e outras questões que toda menina precisa saber
Uma pesquisa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apontou que a idade média das mulheres na primeira consulta ao ginecologista é 20 anos. No entanto, segundo orientações da própria Federação e da Dra. Karine Gavioli, ginecologista do Grupo São Cristóvão Saúde, o ideal é que a menina comece mais cedo. “O momento ideal para iniciar acompanhamento médico é quando a menina entra na puberdade e seu corpo começa a se transformar, culminando na primeira menstruação”, explica.
Nesse estágio, é comum a menina ter medo, vergonha ou constrangimento, então a primeira consulta funciona mais como uma conversa, na qual o profissional dará orientações sobre tudo o que envolve a saúde íntima. Por isso, a especialista recomenda que a paciente aproveite esse momento para tirar todas as suas dúvidas.
Para ajudar nesse momento, a Dra. Karine respondeu às sete perguntas mais comuns que as meninas podem fazer no consultório:
- Se eu nunca tive relação sexual, preciso ir ao ginecologista?
O ideal é começar a fazer o acompanhamento ginecológico antes de ter a primeira relação sexual, pois dessa forma a profissional dará toda a orientação necessária para que ela inicie com mais segurança.
A médica lembra que a falta de orientação pode expor a mulher à riscos de contrair DSTs, gravidez indesejada e outras complicações, por isso a conversa é tão importante.
Com o objetivo de detectar células alteradas no colo do útero que podem evolui para um câncer, esse exame é feito no consultório médico. Apesar dos temores envolvendo o Papanicolau, trata-se de um procedimento indolor e rápido. “Algumas meninas sentem um ligeiro desconforto no momento da raspagem do colo do útero, porém na medida em que conseguem relaxar, essa sensação diminui bastante”, conta a ginecologista do Grupo São Cristóvão Saúde.
O Ministério da Saúde recomenda a realização desde exame a partir de 25 anos após a mulher começar a ter relações sexuais, e após dois exames normais com intervalo de um ano entre eles, este exame pode ser feito cada 3 anos. No entanto, o ginecologista irá examinar a paciente anualmente e individualizar cada caso.
Existem diversos métodos, de acordo com as necessidades e o perfil de cada paciente. Por exemplo, métodos injetáveis, DIU, implante ou adesivo são indicados para pessoas que não querem tomar pílula todos os dias ou têm dificuldade de lembrar de tomar. Existem também diferentes tipos de contraceptivos orais conforme a necessidade de cada paciente. “É importante que essa escolha seja feita em conjunto com o médico, pois ele ajudará a paciente a avaliar quais são as vantagens e desvantagens de cada método, definindo assim o ideal para ela”, explica Dra. Karine.
- Tenho histórico de câncer de mama na família, preciso fazer a mamografia?
Não existe um consenso quanto à idade em que se deve começar a fazer o exame que ajuda a identificar o câncer de mama. Seguindo a orientação da Febrasgo e da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), recomenda-se seja a partir dos 40 anos. No entanto, cada caso é único.
A ginecologista fala que o histórico de câncer de mama na família é um fator a ser considerado sim, mas outros elementos serão usados pelo médico durante a consulta para identificar a necessidade de fazer o exame antes dos 40. Importante frisar que, embora um pouco desconfortável, esse exame é bastante simples e extremamente importante.
- Que tipo de doenças eu posso pegar se não usar camisinha?
Independentemente do método contraceptivo escolhido, é importante lembrar que a camisinha é sempre necessária, uma vez que ela protege contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Além de ser a única forma de proteção contra o HIV, a camisinha também deve ser usada para evitar problemas como sífilis, herpes, gonorreia, clamídia entre outras.
- Ciclo irregular e secreções, quando devo me preocupar?
Toda mulher tem secreções vaginais e isso é normal quando sua cor é clara e a textura, fluída ou espessa, produz um cheiro leve. A ginecologista do Grupo São Critóvão Saúde explica que a secreção precisa ser investigada em caso de alteração em alguma dessas características.
“Quando a mulher sente um cheiro forte, alteração da cor da secreção (esverdeada, acinzentada) ou sente prurido vaginal (coceira) importante, pode ser um sinal de infecção”, esclarece.
No caso do ciclo menstrual, normalmente ele tem média de 28 dias, com a menstruação ocorrendo por três a sete dias. Segundo a médica, nos dois primeiros anos após a primeira menstruação, é comum ter alterações no tempo e no fluxo mensal. Caso o ciclo permaneça irregular, é necessário procurar um ginecologista, que irá verificar possíveis complicações.
- Sinto dor durante a penetração, é normal?
Segundo a Dra. Karine, algumas mulheres podem sentir dor durante a relação sexual, sobretudo com a penetração. Esse é o tipo de dúvida que costuma gerar constrangimento e, por conta disso, sofrimentos desnecessários. A médica explica que, ao dividir essa questão com o ginecologista, ele poderá ajudar a descobrir a origem do problema, que muitas vezes podem ser simples.
“Se as dores são profundas, a causa pode ser endometriose, presença de pólipos ou DSTs; se for superficial, pode ser uma alergia ou tensão, investigar a causa e orientações adequadas podem minimizar este desconforto”, comenta.
Sigilo absoluto
E para tornar a primeira ida ao ginecologista ainda mais tranquila, a especialista dá uma dica. “A menina pode ir à primeira consulta acompanhada pela mãe, por exemplo, o que ajuda a reduzir a ansiedade e o constrangimento diante do médico. Ou, se preferir, também pode conversar com o médico sozinha, o que se sentir mais confortável”, sugere.
Além disso, é válido destacar que as consultas sempre acontecem sob sigilo. A paciente pode confiar suas dúvidas ao especialista sem medo de ter sua vida exposta a outras pessoas. “O consultório deve ser um lugar no qual a paciente se sinta à vontade para esclarecer suas dúvidas e não se sinta constrangida ou julgada ao expor sua vida pessoal”, afirma a ginecologista. Ela comenta que apenas casos de suspeita de abuso, doenças graves ou risco de vida são compartilhados com os pais ou responsáveis.
Fonte:assessoria de imprensa